terça-feira, 22 de dezembro de 2015

1972 - Clube da Esquina



01 - Tudo que voce podia ser (Lô Borges e Márcio Borges)
02 - Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
03 - O trem azul (Lô Borges e Ronaldo Bastos)
04 - Saídas e bandeiras nº 1 (Milton Nascimento e Fernando Brant)
05 - Nuvem cigana (Lô Borges e Ronaldo Bastos)
06 - Cravo e canela (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
07 - Dos cruces (Carmelo Larrea)
08 - Um girassol da cor de seu cabelo (Lô Borges e Marcio Borges)
09 - San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant)
10 - Estrelas (Lô Borges e Marcio Borges)
11 - Clube da Eesquina nº 2 (Milton Nascimento e Lô Borges)
12 - Paisagem da janela (Lô Borges e Fernando Brant)
13 - Me deixa em paz (Monsueto e Ayrton Amorim)
14 - Os povos (Milton Nascimento e Márcio Borges)
15 - Saídas e bandeiras nº 2 (Milton Nascimento e Fernando Brant)
16 - Um gosto de sol (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
17 - Pelo amor de Deus (Milton Nascimento e Fernando Brant)
18 - Lília (Milton Nascimento e Fernando Brant)
19 - Trem de doido (Lô Borges e Márcio Borges)
20 - Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
21 - Ao que vai nascer (Milton Nascimento e Fernando Brant)

Diretor Musical: Lindolfo Gaya
Orquestradores: Eumir Deodato e Wagner Tiso
Regente: Paulo Moura

Lô Borges – violão
Tavito – Guitarra de 12 cordas e violão
Toninho Horta – Guitarra e baixo
Nelson Ângelo – Guitarra, surdo e piano
Wagner Tiso – Órgão e piano elétrico
Beto Guedes – Baixo e guitarra
Robertinho - Bateria
Luiz - Caxixi
Rubinho - Tumbadora

Álbum histórico da música brasileira. Dos arranjos ao repertório, à própria concepção estética das músicas e poética das letras, este álbum é simplesmente épico e, creio eu, o que mais próximo chegou da perfeição na história gravada da nossa música.

Desde a bossa nova a música brasileira se desdobrou num caleidoscópio de influências bastante rico, e ouso dizer que o ponto culminante destas influências foi justo o Clube da Esquina.
Mas, mais do que simplesmente uma confluência de estilos, o Clube da Esquina representa uma estética e uma forma de expressão muito particular, algo realmente novo e único.
Esta nova música e poética já mostravam a cara alguns anos antes, em geral pela figura do Milton Nascimento, o mais ilustre integrante do Clube.
Por mais que o rock já estivesse presente na grande colcha de retalho da nossa música, ora na sua forma mais consciente e subversiva, (Os Mutantes, o Caetano, a Tropicália) ora na mera repetição ingênua de uma fórmula mercadológica (Jovem Guarda, Roberto Carlos), no Clube da Esquina ele entrar como uma parte indissociável dessa música, ele não é um elemento 'a mais', ou 'a parte', é algo que integra a essência dessa expressão musical. E isso, é claro, junto a influências mais consagradas e bem reoslvidas da nossa música até então, como a música erudita (nas figuras do Wagner Tiso e do Paulo Moura), a bossa nova, o samba-canção, o samba e a música africana, todos eles podendo ser sintetizados numa única música do álbum: a memorável reinvenção de 'Me Deixa em Paz', do Monsueto Menezes com participação da Alaíde Costa, numa das reinvenções mais cheia de significados da história da música brasileira.

Poderia escrever um livro inteiro a cerca deste álbum, e talvez o mais impressionante e o grande valor dele, é que os próporios idealizadores talvez não tivessem a dimensão real daquilo que estavam fazendo parte. A riqueza dele não provém de uma elocubração intelectual sobre os aspectos formais e estéticos da música, mas de uma expressão essencialmente lírica e orgânica, essa música fluindo de alguma forma tão linda, natural e inevitável, como um riacho correndo ou uma fruta amadurecendo.

DOWNLOAD Mega

Nenhum comentário: